Monday, October 16, 2006 

A BAÍA DE LAGOS

A BAÍA DE LAGOS


À tarde, quando o Sol, pintor de génio,
Fecha o seu leque d’oiro na Baía,
Tornando-a no fantástico proscénio
Que a todos nós encanta e extasia;

À tarde, quando a massa de oxigénio
Volatiliza a cor em fantasia,
E uma fracção da hora vale milénio,
Tal a beleza, o sonho, a poesia;

À tarde é que as traineiras vão ao mar,
Os hélices atrás, ron-ron, levando-as
Ao ritmo das ondas a espumar...

Telas maravilhosas!... Eu, olhando-as,
Mergulho noutro mundo o meu pensar,
No fundo da minh’alma retratando-as.
GENTIL DE VALADARES
Viveu em Lagos que dizia lembrar "uma gaivota branca, de asas abertas”.
Nasceu em Chaves, a 25-2-1916
Faleceu em Alvor, a 17-9-2006

Sunday, April 23, 2006 

Igreja de S. António

Lagos foi a capital do Algarve de 1576 a 1756. Desta cidade partiram muitas caravelas para as expedições africanas, e nesta cidade, no interior das muralhas, há sinais do que de melhor e pior tiveram os Descobrimentos

 

Mercado dos Escravos


Foi a Lagos que chegou Nuno Tristão, em 1441, com escravos do Saara. E nesta povoação realizou-se o primeiro mercado de escravos da Europa, na casa das arcadas (Praça Infante D. Henrique).

Wednesday, November 23, 2005 

Praça Luís de Camões


Uma das praças mais importantes em Lagos, é a Praça Luís de Camões, da qual se diz que todas as ruas e ruelas aqui terminam. Está ladeada por edifícios datados do século XIX.
Acontece que por desleixo, inrresponsabilidade ou preguiça, esta Praça, tem vindo a degradar-se progressivamente, diz-se que os preguiçosos estão sempre a falar do que tencionam fazer, do que hão-de realizar; aqueles que verdadeiramente fazem alguma coisa não têm tempo de falar nem sequer do que fazem. Aqui está alguma coisa para fazer, ou antes proteger, quem protege este lindo edifício? Consegue imaginar esta Praça, sem o verde daquele edificio? , já se apercebeu que, os azulezos verdes deste edifício, estão a cair.

Thursday, November 03, 2005 

" I HAVE A DREAM "


SOARES e o BISPO
Alimentar o sono, porque o sonho é preciso.

 

ALZIRA

Alzira



-Feliz aquele que administra sabiamente
a tristeza e aprende a reparti-la pelos dias
Podem passar os meses e os anos nunca lhe faltará

Oh! como é triste envelhecer à porta
entretecer nas mãos um coração tardio
Oh! como é triste arriscar em humanos regressos
o equilíbrio azul das extremas manhãs do verão
ao longo do mar transbordante de nós
no demorado adeus da nossa condição
É triste no jardim a solidão do sol
vê-lo desde o rumor e as casas da cidade
até uma vaga promessa de rio
e a pequenina vida que se concede às unhas
Mais triste é termos de nascer e morrer
e haver árvores ao fim da rua

É triste ir pela vida como quem
regressa e entrar humildemente por engano pela morte dentro
É triste no outono concluir
que era o verão a única estação
Passou o solidário vento e não o conhecemos
e não soubemos ir até ao fundo da verdura
como rios que sabem onde encontrar o mar
e com que pontes com que ruas com que gentes com que montes conviver
através de palavras de uma água para sempre dita
Mas o mais triste é recordar os gestos de amanhã

Triste é comprar castanhas depois da tourada
entre o fumo e o domingo na tarde de novembro
e ter como futuro o asfalto e muita gente,
e atrás a vida sem nenhuma infância
revendo tudo isto algum tempo depois
A tarde morre pelos dias fora
É muito triste andar por entre Deus ausente

Mas, o poeta, administra a tristeza sabiamente


(Ruy Belo)

Wednesday, November 02, 2005 

O tempo que nos resta


De súbito sabemos que é já tarde.
Quando a luz se faz outra, quando os ramos da árvore que somos soltam folhas e o sangue que tínhamos não arde como ardia, sabemos que viemos e que vamos. Que não será aqui a nossa festa.
De súbito chegamos a saber que andávamos sozinhos. De súbito vemos sem sombra alguma que não existe aquilo em que nos apoiávamos. A solidão deixou de ser um nome apenas. Tocamo-la, empurra-nos e agride-nos. Dói. Dói tanto! E parece-nos que há um mundo inteiro a gritar de dor, e que à nossa volta quase todos sofrem e são sós.
Temos de ter, necessariamente, uma alma. Se não, onde se alojaria este frio que não está no corpo?
Rimos e sabemos que não é verdade. Falamos e sabemos que não somos nós quem fala. Já não acreditamos naquilo que todos dizem. Os jornais caem-nos das mãos. Sabemos que aquilo que todos fazem conduz ao vazio que todos têm.
Poderíamos continuar adormecidos, distraídos, entretidos. Como os outros. Mas naquele momento vemos com clareza que tudo terá de ser diferente. Que teremos de fazer qualquer coisa semelhante a levantarmo-nos de um charco. Qualquer coisa como empreender uma viagem até ao castelo distante onde temos uma herança de nobreza a receber.
O tempo que nos resta é de aventura. E temos de andar depressa. Não sabemos se esse tempo que ainda temos é bastante.
E de súbito descobrimos que temos de escolher aquilo que antes havíamos desprezado. Há uma imensa fome de verdade a gritar sem ruído, uma vontade grande de não mais ter medo, o reconhecimento de que é preciso baixar a fronte e pedir ajuda. E perguntar o caminho.
Ficamos a saber que pouco se aproveita de tudo o que fizemos, de tudo o que nos deram, de tudo o que conseguimos. E há um poema, que devíamos ter dito e não dissemos, a morder a recordação dos nossos gestos. As mãos, vazias, tristemente caídas ao longo do corpo. Mãos talvez sujas. Sujas talvez de dores alheias.

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